terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Esperança, mais uma vez



Uma História



Uma revolução toma conta do meu ser procurando por verdade e paz.



O que todos nós tivemos que fazer, viver, acreditar, ou pelo menos aceitar, para que nossas vidas fossem possíveis nestes imensos milênios de ignorância humana?
Exatamente neste momento não escuto, nem sinto, as palavras de meus amigos de outras dimensões. Deixaram-me só, para que pudesse escutar meu próprio silêncio e talvez ... voar.
E vôo. Muito, muito longe.
Jerusalém. Judéia. Quantos de nós não estiveram ali, exatamente ali, durante os acontecimentos mais extraordinários de nossa era? Que papel tivemos, qual nossa plenitude de memória emocional?
Meu coração dispara de repente, sinto que minha respiração fica mais e mais profunda. É como todas as visões se iniciam.
Na névoa, as imagens vão se formando, mas o que encanta e prende, é a música, a aura de alegria, de festa.
Todos dançam, em roda, cantando. É uma festa ao ar livre, com uma fogueira ao centro que ilumina e prepara o jantar.
Escuto conversas, homens e mulheres, parecendo reverenciar o mundo, suas vidas, suas escolhas, seus corações. As mulheres estão vestidas com suas túnicas coloridas, muitas exibem véus sobre os cabelos, de várias cores. Existem crianças, velhos, jovens, em total harmonia, não me parece existir um ritual ou uma hierarquia ali. Estão todos felizes e comemoram, em perfeita igualdade e paz.
Percebo-me nova, com uns quatorze anos talvez, simples, sem companhia importante. Alguém, somente alguém, no meio de uma multidão de “alguéns” que o procuram, por necessidade, por curiosidade, por ansiedade de esperança e verdade. Pela sede de liberdade.
E de repente... o vejo. É difícil descrever a sensação de entrar no seu campo áurico, de cruzar o olhar com o dele. Os olhos escuros são mansos, mas extremamente profundos, mais profundos que qualquer olhar que um dia possa ter pousado no meu. Eles entram na alma, acalmam, alegram, é uma magia intensa e real, maravilhosa e plena, que só um ser que alcança a plenitude da sua Luz é capaz de produzir e espalhar entre todos que o rodeiam.
Ele dança e canta, sorri entre os seus. É solto, livre, alegre. Não parece se aperceber do poder da sua Luz, ou talvez saiba tanto conviver com ele, que ser Luz se torna algo simples e comum na sua alma. Ele é comum, mas ao mesmo tempo único. Todos sabem disso, apesar da maioria não entender o motivo.
Naquele momento sagrado, ele sorri para mim, e me estende a mão, convidando para participar da dança.
Meu ser então se enche de luz, a Luz que ele exala, e seguro, por alguns segundos talvez, aquela mão. Ela me guia, e eu sigo a roda, sinto a música me levar, quase chego a me sentir flutuando...
Meu coração parece ficar enorme, minha força parece capaz de suplantar qualquer desafio, percebo então algo maravilhoso dentro de mim que nunca pude sentir, e só tenho a certeza de ser bom, muito bom. Tenho vontade de entregar toda a minha vida à sua Luz e à sua dança, naqueles breves momentos, que sinto terem a força de uma eternidade dentro de mim.
Depois de alguns passos, ele sorri, acena com a cabeça um cumprimento cordial, e solta minha mão; segue sua festa, segue sua missão, que mudaria a história do mundo e de toda a sua humanidade.
A minha história, certamente, ele já havia transformado. Para sempre.


A Magia, mais uma vez

Um homem que encarna a força do Cristo. Um ser de amor transbordante, de alegria intensa e fé inabalável no Deus que carrega dentro de si. Alguém que acredita em seus sentimentos, seus méritos, sua capacidade de viver e transformar, mas que ao mesmo tempo se curva ao que é inevitável, às limitações externas e à roda da vida com seu ritmo constante e intocável.
Yeshua. Ou o que Yeshua queria que aprendêssemos a ser, todos nós, sem exceção, através do seu exemplo.
Depois de parte de minha vida evitando sua história, entendi que evitava apenas a história que nunca foi dele. Depois de anos não compreendendo sua palavra, entendi que na verdade, o que buscava era a sua palavra. A velada.
Hoje, para mim, todo Natal é extremamente sagrado. Durante todo o mês de Dezembro – mesmo sabendo que não foi neste mês que de fato ele encarnou – se torna um período de limites transpostos, de coragem, de alegria, de fé, de conquistas e principalmente, de esperança. Pois foi exatamente isso que sua encarnação nos trouxe, a esperança de voltarmos a ser o que sempre fomos, mas esquecemos nestas rodas de vidas e vindas: belos seres divinos.
O mundo se lembra de um bebê especial. Um pequeno ser que se tornaria um homem poderoso que mudaria o mundo. O Natal nos lembra que tudo, tudo o que existe, nasce pequeno e frágil. Até um Avatar de uma era.





Dezembro de 2011. Final de ano, final de ciclo, final de era, final de pensamentos e atitudes antigas. Lembrança da vinda de um belo Avatar, com uma aura capaz de limpar o mundo com sua Luz, de ancorar ensinamentos que demoraram milênios para serem compreendidos, e demorarão ainda mais, pois ele é total fonte de sabedoria do Amor.
Diante da imagem de Yeshua, diante dos seus olhos doces de um menino, mas donos de uma das maiores coragens que já existiram em algum ser aqui na Terra, o Amor toma outra proporção no mundo, toma outro significado para si.
Depois de Yeshua, Amor deixa de ser abnegação e submissão, e se torna coragem e sabedoria. Amor se torna revolução, transformação, indignação, abertura, igualdade, liberdade.
Yeshua foi quem mostrou que armas não podem com o Amor. Que o que é plantado com Amor nunca perece, sempre encontra uma maneira de sobreviver e florescer, exatamente como é. Sempre. Não importa quanto tempo demore. Mesmo porque o Amor espera, ele persevera, pois vê além do que a mente pode explicar.
Nestes últimos dias do ano difícil de 2011, onde todos nós fomos provados, levados a limites da verdade e da fé, a bênção da memória de Yeshua se torna ainda mais preciosa.
Nestes dias de Dezembro, o bálsamo do seu sorriso, da sua alegria, da sua certeza, nos fazem acreditar novamente nas nossas próprias alegrias e certezas.
Aqui, pensando nos seus olhos profundos que um dia pude sentir, e nas minhas dificuldades, acredito que o mais difícil ele já fez, há mais de dois mil anos atrás.
Sobrou apenas parar e aceitar sua Luz iluminando nossas partes obscuras e amando-as, sem preconceito, acreditando na sua evolução e aprendizado, e fazendo o mesmo com cada ser humano que participar da nossa estrada.
Sobrou receber sua bênção, sua alegria, pousando nos nossos corações, mais uma vez, como acontece em cada Natal, sem exceção, na sua infinita capacidade de acreditar no nascimento, e na roda da vida, com seu tempo muitas vezes difícil de compreender.
Aqui, pensando comigo, tenho certeza. Nesta história, ficamos com a melhor parte.






Somos todos belos bebês neste Natal, como o belo "Menino Jesus", acreditando, criando, mentalizando nossos sonhos, aceitando a luz de Amor de Deus nos nossos corações para torná-los realidade.





Que este Amor transborde, se expanda no nosso sorriso e pouse em cada pessoa que cruzar nosso caminho neste tempo louvado.
Graças a Deus esta é a nossa parte!






Tenham todos um Feliz Natal!









quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dor de Índigo


Sem histórias


Eu continuo sonhando.
Não sei ainda dizer se é defeito ou qualidade, mas continuo.



Tenho visto como é complicado ser diferente, mesmo quando não se quer. Meu trabalho com crianças índigo e cristal tem me ensinado como é importante ser olhado, amado, alimentado, admirado e incentivado, seja qual for a nossa natureza.

Ter energia diferente pode ser uma bênção, ou uma maldição. Neste mundo onde tudo é regrado, engessado, etiquetado e pré-programado, eu acredito que a maldição parece a opção mais comum. Infelizmente.


Vejo adolescentes e adultos índigos inconformados com a vida que assistem, com a sociedade hipócrita e moralista da qual fazem parte, sedentos por mudanças. Vejo alguns questionando seus pais e professores,criando novas formas de ver coisas tão comuns e aparentemente imutáveis, e criando muitas confusões. Sem compreensão, ou condições para entender o que sentem, criam dor onde deveriam criar luz.

Mas vejo todos buscando sua história, incansavelmente, apesar das dores e frustrações que sentem e criam nos que cruzam seus caminhos.

Eles querem - e devem querer - mudanças! Eles sabem que não há felicidade em casamentos de aparência dos seus pais, que vestidos novos ou carros caros não alimentam almas, que cargos de sucesso não consertam vazios da vida, que Deus não quer dizer pecado e castigo, que somos todos iguais, e portanto livres para viver nossas próprias escolhas.

Não aceitam "não é possível" ou "porque é assim" como resposta. Não se contentam com o que já existe. Gostam de poesias e livros de mistério, ou música, ou dança, mas querem tudo isso no seu próprio ritmo. Podem fazer sonhos serem reais.

Por que têm que esperar anos para aprender o que podem assimilar em meses? Por que precisam aprender matemática exatamente da mesma forma que foi ensinada há séculos? Por que sua visão de mundo deve ser segmentada, se eles podem unir ciência, espiritualidade e música em um mesmo pensamento? Por que chamar de dogmas, conceitos que para eles parecem tão comuns, como o nascimento, a morte, o divino, o amor?

Nada para eles é oculto, porque oculto para o índigo é apenas aquilo que se precisa fechar os olhos para enxergar. Apenas isso. Oculto não é o inalcansável, difícil, errado, distante, proibido, temido. É apenas e simplesmente oculto. Aquilo que se vê quando se está no escuro da alma.

Mas alguns sofrem com isso. Procuram entendimento e aceitação, tentam explicar como vêem a verdade da vida, mas encontram revolta e desespero nos olhos que os rodeiam.

Afinal, quase todo mundo deseja um filho normal: que estude normalmente, que aceite as regras normalmente, que se encaixe na sociedade normalmente, que tenha amigos normais, objetivos normais, crie uma vida normal, tenha uma carreira de respeito e próspera, que encontre um parceiro ou parceira normal (do sexo oposto, inclusive) e encha sua vida de filhinhos normais, os netinhos desejados pelos seus amorosos pais normais.

Lendo isso, você sente desespero? Dá vontade de sair correndo ou gritar? Pois é. Então você nasceu índigo, ou já aprendeu a vibrar a sua energia, depois de muita transformação na vida. Senão, se achou toda esta idéia "normalmente" aceitável, você deve estar fazendo algum índigo sofrer. Pode acreditar.
Se você tem filhos - ou netos, sobrinhos - e planejou sua vida como se eles fossem coadjuvantes da sua história, você pode estar criando sofrimento. Se as surpresas da vida são vistas como frustrações, se sempre pensa que queria que tudo fosse assim ou assado quando era mais novo, que sonhava com tal vida em família e tal futuro para seus filhos, você está sofrendo, mas o pior é que está levando um índigo potencialmente pronto para transformar o mundo a se degradar apenas para te agradar. Ou pode perdê-lo.

Porque eles sofrem. E reagem como podem. Sem amor, ou apoio, alguns se desesperam. Usam drogas ou álcool para conseguir enfrentar seu dia a dia de incompreensão. Outros rompem com as famílias e se unem a iguais para seguir em frente com seus sonhos. Muitos são bem sucedidos, mesmo assim. Outros desistem de viver.

E tenho notado outros, menos óbvios e fora das estatísticas mais conhecidas, mas nem por isso menos preocupantes: ou que se negam, ou tentam se adequar.

Os índigos que se obrigam a viver como "seres adequados", se fecham, e acabam aceitando que tudo que acreditavam era apenas um sonho. Olham em volta, vêem suas tentativas frustradas como provas de sua incompetência e resolvem aceitar a maré que os envolve. Se tornam pessoas medíocres, pequenas e frustradas, um mínino daquilo que poderiam ser, se livres das correntes de paradigmas e valores da sociedade.

Mas isso não é o pior. Tenho presenciado vários problemas de saúde gerados em seus corpos físicos, por conta da instabilidade dos seus corpos emocionais e mentais. Estão adoecendo.

Escuto relatos de desmaios, enxaquecas fortíssimas, problemas gástricos e intestinais crônicos, dores de coluna e articulações que limitam suas vidas gravemente. Sei que devem existir muitos outros sintomas, mas infelizmente, não posso encontrá-los todos e dividir com eles suas dores.

Mas mesmo assim, me dói.

Penso por aqui, eu mesma, sozinha, o que posso fazer a mais para ajudar? Minha própria energia índigo frustrada já me deu algumas dores que preciso tratar...


E olhando para minha janela, suspiro profundamente ao céu azul (anil, não índigo), peço ajuda, e sinto sem perceber a certeza de que tudo sempre é como deve ser. Alguém sempre chega, se esta for a verdade maior. É tudo parte de um plano maior ao qual não temos acesso consciente.

A maior qualidade do índigo afinal, está na fé em si mesmo. Ele sabe que faz parte de um todo e que alguém sempre fará a diferença em algum outro lugar.



Aqui da minha janela respiro todos eles, por alguns instantes. Olho em volta, vejo meus amigos que me fazem pensar que tudo ficará bem.

Então, posso continuar sonhando. Prefiro acreditar que esta seja a minha maior virtude.